
31/12/2014
e 01/01/2015 | N° 18029
MARTHA
MEDEIROS
Para iniciar bem o
ano
Selecionei
algumas frases de pessoas célebres e outras nem tanto, a fim de montar um
mosaico que nos faça relaxar e refletir sobre essa aventura insana que é viver.
Levantar de manhã já pode ser considerado um esporte radical, então está aí um
kit de sobrevivência para nos socorrer quando estivermos ligeiramente em pânico
e levando tudo a sério demais.
– Se
quiser fazer Deus rir, faça planos. (aforismo iídiche)
– É
preciso ter altos e baixos. De outra forma, você não saberia a diferença. Seria
tudo uniforme, linha reta, como olhar para um monitor de batimentos cardíacos.
E, quando rola aquela linha reta, baby, você está morto. (Keith Richards)
–
Segurança não é ausência de perigo; segurança é o gerenciamento do medo. (Wendy
Reid Crisp). – Sossega, porque nada há que esperar, e por isso nada que
desesperar também. (Fernando Pessoa)
–
Felicidade se acha é em horinhas de descuido. (Guimarães Rosa) – As coisas boas vêm com o tempo. As
melhores, de repente. (Denise Lessa)
–
Tudo é saudável, menos interrogar-se constantemente sobre o sentido dos nossos
atos. (E.M. Cioran) – Desconfio/dessa coisa/de pessoas do bem/e pessoas do
mal/acho que só existem/as sensíveis/e as sem sal. (Josué Orsolin)
–
Ninguém vale pela sua ascendência, pelo lugar onde nasceu nem pela tradição a
que pertence, mas cada um vale pelo que conseguirá fazer da sua vida. (Contardo
Calligaris)
– É
melhor buscar a verdade do que a glória. Que humilhação ter a aprovação dos
outros como objetivo. (E.M. Cioran)
–
Aquele que não dispõe de dois terços do dia para si é um escravo. (Nietzsche)
– Eu
gostaria de fazer um grande filme, desde que isso não atrapalhe minha reserva
para o jantar. (Woody Allen) – O objetivo da psicanálise não é curar as
pessoas, mas mostrar que não há nada de errado com elas. (Adam Philips)
– O
custo de uma coisa é a quantidade de vida que se tem que dar em troca. (H.D.
Thoreau) – Se você for sempre o guia, só vai chegar aonde já conhece. (Maria
Rezende) – Um passo à frente e já não se está no mesmo lugar. (Sandra Flanzer)
– As
pessoas se dirigem a Deus para obter o impossível. Para o possível, os homens
bastam. (Pedro Maciel)
– Nunca
vou entrar no céu. Minha esperança é um telão do lado de fora. (Dirceu
Ferreira)
–
Hoje é um bom dia para continuar insistindo. (Caio Fernando Abreu) - Desejo a
todos um ano que valha o esforço de viver. (Nélida Piñon)


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Que tudo que eu quero que aconteça não aconteça
exatamente como imagino. Que eu consiga realizar meus projetos, mas que depare
com pequenas dificuldades para continuar duvidando de mim mesma. Que me surjam
ideias novas para abastecer minhas colunas, e também muitos dias de branco na
cabeça para eu saber que meu cérebro nem sempre obedece aos meus comandos. Que
meu trabalho atinja uma eficiência de 70% e me reste 30% de desacertos para não
perder a humildade.
Já escrevi sobre o mendigo que encontrei em Lisboa,
aquele que trata sua mendicância como um show de humor e aceita esmolas online,
e hoje vou falar de Maria Adelaide, que conheci em Cascais.
Tudo
começou quando Yann Arthus-Bertrand, criador da Fundação GoodPlanet, passou um
dia com um aldeão enquanto esperava o conserto do helicóptero em que viajava
pelo Mali. Ele estava lá para fotografar paisagens, mas se encantou pelas
expressões e pela humildade do aldeão, e foi assim que teve a ideia do projeto 7
Mil Milhões de Outros, que exibe o que pensam, sentem e sofrem habitantes de
todas as raças, idades e gêneros do mundo inteiro. Parece simplório, mas é apenas
simples e comovente.
:
Educação,
tema que entra pelos poros: leio O Capital no Século XXI, o inesperado best-seller
de história econômica de Thomas Piketty, tijolo de quase mil páginas que se
deixa ler com impressionante fluência, salvo em 5% do texto, quando o economês
engrossa. O livro é uma inteligente descrição e uma aguda análise da
desigualdade social, de