MARTHA MEDEIROS
16 de julho de 2014 | N°
17861
POP
UP
Pop up é um conceito que é a cara
dos tempos de hoje, em que tudo precisa ser rápido, objetivo, focado. É o caso
das food trucks, pequenas caminhonetes estacionadas em pontos estratégicos da
cidade por um tempo limitado e que oferecem refeições ligeiras e de qualidade –
uma diversificação gabaritada das carrocinhas de cachorro-quente e dos trailers
de xis-tudo. Em Nova York e São Paulo, a moda já pegou; em Porto Alegre, está
começando. Sob a chancela dos guris dos Destemperados, que vêm divulgando a
comida de rua como uma bem-vinda experiência gastronômica que acontece em
bairros variados, consegui, por fim, conferir.
Na última sexta-feira, o almoço
foi na Praça Japão, preparado pelo pessoal do restaurante Barbanegra: entrecot
com batatas a 15 pilas, ao ar livre, num dos recantos mais charmosos da
capital. Para potencializar o evento, que contou com céu aberto e temperatura amena,
eu e algumas amigas resolvemos transformar o programa em piquenique, com
direito a toalha xadrez sobre a grama e vinho branco trazido de casa – que eu
não bebi porque tinha de trabalhar à tarde, juro.
Tá, dei só três golinhos. E
estava a pé, seu guarda.
Outros eventos como esse
pipocarão (pop up!) pela cidade, ainda mais quando chegar a primavera.
Receba-os como um convite para quebrar a monotonia dos dias, sair da rotina,
conhecer gente nova. Aquilo tudo que você coloca na lista de resoluções de fim
de ano e nunca cumpre.
Se eu não precisasse ficar tanto
tempo dentro de casa trabalhando (e estou em vantagem se comparada a quem passa
esse mesmo tempo dentro de um escritório, já que em casa não preciso participar
de reuniões e cumprir horário fixo), desfrutaria muito mais da cidade. A
cidade! Eis um conceito que também vem se atualizando.
Muitos pensam que cidades são
aqueles lugares que a gente visita quando está de férias – Rio, Buenos Aires,
Paris. Anotamos as dicas que saem nas revistas e, lá chegando, viramos
exploradores de seus parques, bistrôs, galerias, extraindo sensações
espetaculares de cada rua, de cada monumento, de cada novidade que se
apresenta. Como seria morar lá? Suspiros.
Pense: por que nossa própria
cidade não pode ser a cidade dos nossos sonhos? Vamos esperar outra Copa para
nos sentirmos incluídos no mapa-múndi? Porto Alegre cresceu e se expandiu. Hoje
abraça todas as tribos, possui atrativos para todos os gêneros, idades e sexos.
O metrô ainda vai demorar uns 100 anos, a revitalização do cais um pouco menos,
talvez uns 50, mas releve-se, não há mais justificativa para o complexo de
provincianos que até tempo atrás ainda cultivávamos. Viramos cidade grande.
(Será que tomei mais de três
goles na Praça Japão?)
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