sábado, 1 de novembro de 2025


01 de Novembro de 2025
EDUCAÇÃO NO RS

Número de alunos que voltaram à escola mais que dobrou em 2025

Educação no RS - Isabella Sander

Uma atualização em um sistema de quase 30 anos utilizado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) tem ajudado a reduzir a evasão escolar no Estado. Divulgado na quinta-feira, o número de registros de alunos infrequentes em 2025 é semelhante ao de 2024. A quantidade de arquivamentos de casos, contudo, mais do que dobrou - e o principal motivo foi a volta do estudante à escola.

Com dados atualizados em 28 de outubro em um sistema desenvolvido pela Procempa, a ferramenta, nomeada como Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente (Ficai 4.0), registrou, em 2025, 56.680 casos de estudantes que haviam parado de ir às aulas. Destas fichas, 45.188 - quase 80% - foram arquivadas. O arquivamento se deveu, de seis em cada 10 situações, ao fato de que o estudante voltou a frequentar a escola.

- Só neste ano, conseguimos fazer com que 28 mil estudantes retornassem à sala de aula usando o Ficai. São 28 mil crianças que estão se educando e se qualificando para ingressar de maneira correta no mercado de trabalho - destacou Alexandre Saltz, procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, durante seminário sobre busca ativa escolar realizado no MPRS.

O número de 28.091 fichas de infrequência arquivadas porque crianças e adolescentes retornaram ao dia a dia escolar é mais do que o dobro do total de casos do gênero ocorridos em 2024, que ficou em 13.519.

- Passado um ano e meio da implementação do Ficai 4.0, o que nós podemos concluir é que, nesse tempo, os municípios entenderam melhor o que seria essa Rede de Apoio à Escola e, agora, em 2025, já está funcionando com esse novo fluxo - observa a promotora Cristiane Della Méa Corrales, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação, Infância e Juventude do MPRS.

De acordo com dados apresentados pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) durante o evento, 96,8% dos 399 municípios gaúchos que responderam à pesquisa disseram utilizar o Ficai 4.0, e 92,8% afirmaram possuir uma rede intersetorial articulada para fazer o trabalho de busca ativa dos estudantes com infrequência.

Antes da atualização, se o aluno não retornava, a escola acionava o Conselho Tutelar, que procurava a família e, se não conseguia resolver a situação, fazia o encaminhamento ao Ministério Público. Agora, antes de acionar o Conselho Tutelar, existe uma rede de apoio à escola, que pode ser composta por entes municipais e estaduais, escolas privadas, representantes da política de saúde, de assistência social, do Conselho Municipal de Educação, do Conselho do Direito da Criança e do Adolescente, entre outros parceiros municipais.

A composição dessa rede é definida por um plano da prefeitura. Se não obtiver sucesso, aciona-se o Conselho Tutelar e o MPRS. 

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