sábado, 12 de julho de 2025


12 de Julho de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Família Bolsonaro dá sinais de desespero

Alertados para o risco das consequências nefastas da taxação das exportações brasileiras recaírem sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus satélites, pai e filhos exibem sinais de desespero em suas manifestações. Em tom de catástrofe, os Bolsonaro dobraram a aposta na terra arrasada, empurrando a culpa para o presidente Lula e citando motivos que nem estão na carta aberta de Donald Trump.

Seria cômica se não fosse trágica a declaração do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que comparou a pressão de Trump via tarifaço com um dos episódios mais infames da história, as bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki:

- Qual foi a reação do Japão naquela época? Falou: "Olha, nós aqui somos patriotas; isso é uma interferência dos Estados Unidos aqui no nosso país; nós aqui vamos resistir; fora, ianques". Qual foi a consequência três dias depois? Uma segunda bomba.

Traduzindo, o patriota Zero Um quer que o Brasil se renda a Trump e que o Congresso aprove uma anistia ampla, geral e irrestrita. Se isso não for feito, que se quebre o Brasil, porque a culpa será de Lula.

O pai, Jair, não chegou a falar em bomba atômica, mas na nota publicada na quinta-feira trata o Brasil como se estivéssemos vivendo nas trevas de uma ditadura como a de 1964, que ele apoiou e segue apoiando.

Diz um dos trechos mais risíveis: "O Brasil caminha rapidamente para o isolamento e a vergonha internacional. A escalada de abusos, censura e perseguição política precisa parar".

Eduardo, o deputado que se licenciou para conspirar nos EUA contra o STF e o Brasil, chamou, em vídeo publicado no YouTube, de "tentadora" a proposta que Trump faz para facilitar a transferência de empresas brasileiras para território norte-americano:

Se você empresário brasileiro quiser investir nos EUA, não vai ter preconceito, em semanas a gente coloca seu processo adiante.

Os posts de Carlos, o vereador do Rio de Janeiro, que são na maioria reproduções de opiniões alheias, podem ser resumidos em uma frase publicada na quinta-feira, em letras maiúsculas: "A culpa é só do Lula". 

Como antecipado pela coluna, Eduardo Leite enviou o pacote de projetos de lei para a Assembleia Legislativa. Dentre as 11 propostas, está a criação da Secretaria da Mulher, que vai absorver cargos da Justiça e Direitos Humanos.

"O Estado brasileiro falhou", diz ministro sobre fraude no INSS

O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, resumiu a explicação sobre a fraude no INSS com uma frase curta:

- O Estado brasileiro falhou.

E completou:

- O ladrão entrou na casa entre 2019 e 2022. E continuou em 2023 e 2024 porque os alarmes foram desligados propositalmente.

Ele não quis dar nomes, alegando que essa resposta estará no inquérito em andamento. Mas afirmou que quer entrar para a história como quem "fechou as portas para as fraudes". _

Na CPMI, discurso será de que o governo Lula deu fim ao esquema

Será esta a linha de defesa do governo na CPMI do INSS, que deve começar nos próximos dias: que as fraudes começaram a ser denunciadas em 2019 e que foi no governo Bolsonaro que associações foram credenciadas para ter o desconto associativo em folha, sem preocupação com a checagem da autenticidade das autorizações de segurados.

Confrontado com o crescimento exponencial dos descontos irregulares em 2023 e 2024, Wolney Queiroz voltou a mencionar o "desligamento dos alarmes" e reforçou o discurso do governo:

- Não foi no governo Lula que a fraude começou, mas foi o governo Lula que terminou com elas e que devolveu o dinheiro aos aposentados. _

Ministra cobra agilidade para instalar Casa da Mulher no RS

Em Porto Alegre para uma série de reuniões ligadas ao público feminino, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, cobrou agilidade do governo do Estado em encontrar uma área em Porto Alegre para receber a Casa da Mulher Brasileira - estrutura destinada ao atendimento de vítimas de violência doméstica. Márcia foi recebida pelo governador Eduardo Leite, secretários, deputadas gaúchas e representantes de movimentos sociais no Palácio Piratini.

Desde maio, quando assumiu a pasta, Márcia Lopes definiu como meta da sua gestão instalar, em todo o Brasil, 40 casas para atendimento das mulheres.

No Rio Grande do Sul, serão duas unidades: em Porto Alegre e em Caxias do Sul. Na Serra, já existe um terreno escolhido no bairro Sanvitto para abrigar o espaço. Já na Capital, o governo e a prefeitura ainda não encontraram uma área adequada e que atenda aos critérios do governo federal.

- A implantação dessas novas casas no Rio Grande do Sul fortalece a política do governo federal de tirar o Brasil do mapa da violência contra as mulheres. Com políticas intersetoriais, estamos unindo forças para salvar vidas e garantir dignidade, autonomia e justiça para todas as brasileiras. Nossa meta é feminicídio zero no país - reforçou a ministra. _

Nova eleição

A Justiça determinou a realização de nova eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo.

Na votação de 1o de janeiro, os votos da oposição, que tem maioria, foram anulados pela vereadora Dalvina Reginatto (MDB), aliada do governo que presidia a sessão, sob alegação de que as cédulas de papel não haviam sido rubricadas por ela. _

mirante

Na segunda-feira, o MDB reinaugura o auditório da sede estadual e fará uma homenagem póstuma ao deputado Ibsen Pinheiro, que dará nome ao espaço.

O deputado federal Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, estará em Porto Alegre na próxima quinta-feira. O parlamentar discursará em plenária sobre a taxação dos super-ricos, isenção do IR até R$ 5 mil e o tarifaço de Trump.

POLÍTICA E PODER

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