10
de abril de 2012 | N° 17035
PAULO
SANT’ANA
Pitbull sem focinheira
Chego
e deparo com uma notícia intrigante: um vigilante da Rudder matou com um tiro
de revólver na cabeça uma cadela pitbull.
Então,
só pode ter sido legítima defesa.
Se o
vigilante me chamar, eu deponho a favor dele no inquérito como testemunha de
referência.
E,
como sempre, agora ineditamente a pitbull como vítima, o noticiário diz que várias
pessoas depuseram que a cadela era mansinha.
Mansinha?
Leio
também que centenas de pessoas protestaram pela morte da cadela pitbull.
No
Brasil, acontece uma coisa interessante: qualquer ser vivo que seja assassinado
levanta a seu favor uma comoção popular, até uma cadela pitbull. Muitas vezes,
mais comoção que a morte de uma pessoa.
Agora,
esta coluna vai, em primeira e exclusiva mão, dar a versão do vigilante, a qual
consegui porque me interessam todos os casos sobre pitbulls e rottweilers.
O
vigilante declarou que era mais ou menos meio-dia da Sexta-Feira Santa quando
ele estava atravessando o pátio da faculdade, com uma marmita na mão, ia
esquentar a refeição.
De
repente, a cadela partiu em disparada em direção ao vigilante, que foi pronto,
houve tempo para que ele puxasse o revólver e atingisse a cabeça do animal,
antes que este cravasse suas presas no corpo do guarda. A cadela, assim, morreu
quase aos pés do vigilante.
Mas
ainda disse o vigilante (o mesmo, exatamente o mesmo, dirá à polícia): esta
cadela já tinha mordido alguém em março lá na faculdade.
Este
é o depoimento do vigilante, que esta coluna conseguiu ontem com absoluta
exclusividade.
O
vigilante e a empresa Rudder, para quem ele trabalha, organização de vigilância
de notável eficiência, estão tranquilos, porque a cadela estava sem focinheira,
sem enforcador e sem guia como manda a lei. A dona estava em companhia da
cadela e a fera solta no pátio.
Isto
serve de aviso aos donos de pitbulls: essa raça, sem enforcador e sem
focinheira, é perigo máximo, mais gente vai atirar nesse tipo de cão se o
animal atacar.
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