
Um rompimento com alto poder didático
A troca de acusações e ameaças entre o bilionário Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já é chamada de "o rompimento do século". O homem que se julgou dono do mundo ao retornar à Casa Branca quatro anos depois da primeira experiência parece, enfim, ter encontrado um adversário "à altura". Só Musk tem tão pouco pudor quanto o atual ocupante da Casa Branca nos enfrentamentos públicos e usa sem constrangimento as palavra mais fortes.
A acusação de Musk de que Trump se envolveu no escândalo de exploração sexual montada por Jeffrey Epstein circula há anos nos EUA e está implícita em um dos documentários feitos sobre o caso disponível na Netflix. O que surpreendeu foi ter sido ressuscitada pelo aliado até anteontem. Trump e Epstein eram amigos.
A quebra da "amizade" era prevista por quem conhece bem a natureza de ambos, como o embaixador Roberto Abdenur, que ainda antes da posse de Trump afirmou à coluna:
- É possível que Musk não dure muito nessa parceria.
Mais do que um adversário "à altura" - sem aspas, já existe um de verdade, o presidente da China, Xi Jinping -, Trump parece ter encontrado sua nêmesis, substantivo originado do nome da deusa grega da vingança e da "justiça distributiva". Não por acaso, na mitologia, Nêmesis era filha da noite (Nyx) e neta do Caos.
Se dentro do governo já havia perdido fortuna equivalente a uma Eslováquia, agora enfrenta novos prejuízos. Na quinta-feira, quando o confronto atingiu seu pico, viu evaporarem mais US$ 150 bilhões em valor de mercado da Tesla, diante da ameaça de Trump de retirar os subsídios aos carros elétricos. Detalhe: dias antes, o presidente americano havia posado ao lado de um Tesla na Casa Branca, o que despertou críticas pelo "show room" privilegiado que dava a Musk.
Semanas antes dos gritos virtuais entre os poderosos, a imprensa americana publicou reportagens expondo a vida particular de Musk. Foi relatado seu conturbado relacionamento com as mães de seus vários filhos - seriam 14 crianças e adolescentes, algumas vivendo em um mesmo condomínio. Também foi abordado seu suposto vício em cetamina (anestésico usado para combater depressão) - ele respondeu que já usou, sob prescrição médica, mas abandonou. Lidas agora, adquirem novas possíveis interpretações.
Apesar da expectativa de uma conversa entre Trump e Musk na sexta-feira, o presidente dos EUA afirmou não ter interesse no diálogo. Especulações sobre a origem da briga apontam para os bilionários contratos da Nasa. Para o mundo, talvez a exposição dos defeitos de ambos seja mais didática do que uma paz cujo objetivo seria apenas fazer contenção de danos. _
Ajuda de R$ 6,4 mi
Concluída um ano depois da enchente de maio de 2024, uma iniciativa lançada da bolsa de valores de Nova York por Alexandre Birman, na época da Arezzo (hoje Azzas) para ajudar atingidos pela enxurrada estima ter beneficiado 3.177 pessoas. Os cerca de R$ 6,4 milhões arrecadados pelo Movimento Próximos Passos RS foram distribuídos em 33 municípios gaúchos, todos conectados à indústria calçadista. O valor recebido pelas famílias pôde ser utilizado conforme suas necessidades. _
O anúncio da reunião entre EUA e China para discutir tarifas na segunda-feira, em Londres, fez o dólar recuar 0,28%, para R$ 5,57 na sexta-feira. Só não baixou mais porque há cautela com o anúncio do pacote fiscal para substituição do aumento de IOF, que pode ocorrer no domingo, em reunião de líderes com o ministro da Fazenda.
Sem "peleia" com a GurIA
Na complexa "genética" da GurIA, a inteligência artificial generativa do serviço público estadual, um DNA especial veio do "tio" Watson X, a IA da IBM. Conforme Rodrigo Ortiz Borges, diretor regional da IBM Brasil, a GurIA é blindada contra "peleias". A coluna quis saber mais, e ele explicou:
- Jamais o usuário do Estado vai poder brigar com o governo por meio da GurIA, porque existe um sistema de guard-rails e orquestração.
Conforme o executivo, é a única no mundo com essa característica:
- A inteligência artificial que não é governada poderá responder da mesma forma a palavras agressivas e de baixo calão. Se alguém incitar o ódio e a violência, pode criar um viés, mas adotamos um mecanismo para que não haja discussão e nenhum problema derivado para o governo do Estado ou para o cidadão. _
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